Dislexia

Os termos dislexia, alexia, distúrbios de leitura e legastenia são expressões utilizadas frequentemente para designar as mesmas dificuldades específicas da leitura.

No entanto, como refere Oliveira (2007) há que distinguir o termo dislexia – dificuldade na aprendizagem da leitura, do termo alexia – incapacidade para aprender a ler ou para compreender a linguagem escrita por consequência de uma lesão cerebral. Deste modo, dislexia refere-se aos indivíduos que com um nível mental adequado, sem handicaps sensoriais e sem uma causa aparente, revelam dificuldades no processo de aquisição da Aleitura.

A dislexia revela uma dificuldade na aprendizagem da leitura, onde não existe qualquer deficiência auditiva, motora, emocional e intelectual. Trata-se de uma dificuldade na aprendizagem da leitura que resulta lenta, silabada ou com erros, que interfere com a aquisição de significações obtidas a partir da linguagem escrita. (Antunes, 2009)

As limitações na leitura são demonstradas pela discrepância entre a realização esperada e a realização actual. Trata-se de limitações normalmente devidas a disfunções cerebrais manifestadas por perturbações cognitivas, mas que não são atribuídas a deficiências sensoriais, motoras, intelectuais ou emocionais, nem a um ensino inadequado ou a privação de oportunidades.

Os principais sintomas da dislexia são a confusão de letras com grafias semelhantes, inversão de letras ou sílabas, confusão de sons, cansaço da atenção na tentativa de decifrar literalmente o texto, impossibilidade de compreender o sentido das palavras e frases. (Oliveira, 2007).

Segundo Strecht (2008), a dislexia em si caracteriza-se pela presença de um registo confuso de letras graficamente parecidas, como os pares p/q, b/d, com valor fonético semelhante como f/v, p/b, r/l, inversão de letras ou sílabas, mudanças de letras, entre outros.

A dislexia apresenta-se também muitas vezes relacionada ou associada a outras perturbações, como atraso na aquisição da linguagem oral e insuficiência linguística em geral, má orientação espácio-temporal e perturbações na lateralidade, havendo uma correlação frequente entre a dislexia e a ausência de predomínio nítido de um hemisfério cerebral que se manifesta por sinistralidade ou ambivalência, apontando para causas neurológicas. (Oliveira, 2007).


De acordo com o DSM-IV-TR (2002) são sugeridos três critérios de diagnóstico para as perturbações de leitura:

A) O rendimento na leitura, quer seja na precisão, velocidade ou compreensão desta, fica substancialmente abaixo do nível esperado em função da idade cronológica do indivíduo, do seu quociente intelectual (QI) e da escolaridade própria para a idade deste;

B) a alteração referida no ponto A interfere de maneira significativa no rendimento académico ou nas actividades da vida quotidiana onde são requeridas aptidões de leitura;

C) Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades de leitura são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.


Vejamos alguns exemplos de pequenos textos escritos por crianças diagnosticadas com dislexia:


Exemplo 1


Exemplo 2



 

Oliveira, J.B. (2007). “Psicologia da Educação – Aprendizagem/Aluno”. Porto: Legis Editora.

Strecht, P. (2008). “A minha escola não é esta – Dificuldades de aprendizagem e comportamento em crianças e adolescentes”. Lisboa: Assírio e Alvim.

Antunes, N.L. (2009). “Mal-entendidos: da hiperactividade à síndrome de Asperger, da dislexia às perturbações do sono. As respostas que procura”. Lisboa: Verso da capa.